A cidade de Elvas situa-se no distrito de Portalegre, no Alto Alentejo, às portas de Espanha, sendo a mais importante praça-forte portuguesa, e tendo, por esse motivo, o cognome de “Rainha da Fronteira”.
O município de Elvas é limitado a norte pelo município de Arronches, a nordeste por Campo maior, a sudeste por Olivença e Badajoz, a sul pelo Alandroal e Vila Viçosa e a oeste por Borba e Monforte.
Com influências ancestrais que remontam aos Godos e aos Celtas, passando pelos Romanos e pelos Árabes, a cidade de Elvas dispõe de um conjunto de fortificações abaluartadas que fundamentaram a apresentação à UNESCO da sua candidatura a Património Mundial da Humanidade em 21 de Maio de 2009.
Elvas foi conquistada aos Mouros em 1166, no decurso do reinado de D. Afonso Henriques, tendo posteriormente sido perdida e reconquistada, passando a fazer definitivamente parte do território português em 1229, durante o reinado de D. Sancho II.
Em 1513 D. Manuel I concedeu-lhe a elevação à categoria de cidade, outorgando-lhe o correspondente foral.
A riqueza da sua história reflecte-se no facto da cidade de Elvas ser também conhecida por “Cidade Monumental” ou por “Cidade Museológica”.
Fazendo parte da história de Portugal não apenas pela sua monumentalidade, a cidade de Elvas sempre se caracterizou pela coragem da sua população, a qual ficou evidenciada na resistência às tropas de Castela durante 25 dias no Verão de 1385 e na oposição ao cerco espanhol em 1658, permitindo a vitória de Portugal na batalha das Linhas de Elvas em 14 de Janeiro de 1659.
As muralhas da cidade, em forma de polígono, foram fundamentais para o sucesso da resistência Elvense às investidas castelhanas.
As recordações de um tempo remoto, pejado de batalhas pela independência travadas com Castela, sustentam, nos dias de hoje, as memórias que os livros de história trouxeram até à actualidade.
Actualidade, essa, que é marcada pelo são convívio entre as populações vizinhas de Portugal e Espanha e que ficou bem evidenciado no VI Na Rota dos Cafés Delta, um evento que reuniu um número assinalável de viaturas clássicas e cujo testemunho já faz parte deste blogue.
Após o almoço de encerramento deste excelente evento, o ’02 aproveitou a viagem de regresso para visitar a cidade de Elvas.
O tempo escasso disponível para a visita, que contrastou com a história milenar desta cidade, apenas permitiu uma breve passagem por dois dos mais importantes monumentos desta zona do país: o Castelo Medieval e o Aqueduto da Amoreira.
O Castelo Medieval assenta sobre uma estrutura muçulmana, sendo que a sua reedificação data do reinado de D. Sancho II. Este monumento ergue-se na cota mais elevada de Elvas, 320 metros acima do nível do Mar, integrando-se no sistema defensivo e de protecção da cidade e do reino de Portugal.
No reinado de D. Dinis foram introduzidas inovações ao nível das coberturas e nos séculos seguintes, D. João II e D. Manuel I fizeram diversas adaptações de gosto renascentista, que contribuíram para que passasse a ter um carácter mais residencial.
Em meados do século XVII procedeu-se a uma grande reforma militar, permitindo que o Castelo de Elvas passasse a ser um dos mais notáveis conjuntos abaluartados da Europa, numa altura em que as guerras de fronteira (1641 – 1668) lhe concederam uma importância estratégica assinalável.
Junto a um monumento marcante do milénio passado, um automóvel marcante do século passado:
O Aqueduto da Amoreira, que é constituído por 843 arcos, numa extensão de 7.790 metros, liga o local da Amoreira à cidade de Elvas.
As obras do Aqueduto de Elvas iniciaram-se em 1537, por ordem de D. João III, tendo sido suspensas e retomadas por várias vezes, concluindo-se em 1622, aquando da conclusão da Fonte da Misericórdia, que finalizava o percurso das galerias do aqueduto.
A imponência do Aqueduto da Amoreira permitiu um enquadramento perfeito para registar a passagem do ’02 pela cidade de Elvas…
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